O melhor smartphone para jogar Pokémon Go

A menos que tenha vivido nas últimas semanas numa caverna ou tenha estado emigrado noutro planeta, é difícil não saber que o Pokémon Go é o jogo para dispositivos móveis mais popular de sempre.

Por isso este post não é sobre o Pokémon Go mas sobre uma questão não menos importante: caso ainda não possua máquina para correr o jogo, qual o smartphone que deverá comprar?

Para limitar de alguma forma o imenso universo de dispositivos por onde escolher, restringi a busca a máquinas com um valor igual ou inferior a 200€ – ou que, pelo menos, seja possível adquirir em Portugal abaixo desse valor, em loja ou online.

Ao contrário do que eu próprio imaginava quando encetei a busca (não me julguem, vá...), não encontrei muitas que ficassem dentro dos critérios que eu próprio defini. Nem sequer meia-dúzia. Na verdade... encontrei UMA!

Para quem não quer ler o resto do post, a máquina que selecionei (e acabei por comprar) é o BQ Aquaris X5, que embora tenha um preço oficial de 230 euros pode ser adquirido através da Amazon Espanha (desbloqueado, claro) por 180 euros + portes.

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A busca pelo smartphone Android perfeito (e não excessivamente caro) para correr Pokémon Go provou ser mais complicada do que encontrar um Pikachu. O problema prende-se com as especificações do jogo, surpreendentemente exigentes, facto que não é absolutamente claro quando fazemos uma busca rápida pela web.

Por exemplo, no site oficial do jogo, a lista de equipamentos suportados não parece muito problemática, antes pelo contrário: ecrã com resolução 1280x720 (coisa mais do que banal nos tempos que correm); Android 4.4 ou superior (idem); uma boa ligação à Internet; e GPS. Simples, certo? Bem... Não. Sobretudo por causa dos dispositivos que não são suportados: a maioria dos tablets (mesmo que tenham a versão Android necessária), todos os smartphones baseados em processadores Intel (sim, como o Asus ZenPhone 2) e... smartphones com menos de 2 GB. Pois.

Acontece que para sabermos a limitação dos 2GB já temos de ir a outra página, à da app no Google Play. Onde descobrimos também que "a aplicação poderá não correr em determinados dispositivos, mesmo que estejam equipados com uma versão compatível do sistema operativo". Quais...? Não sabemos, mas o maravilhoso mundo das interwebs dá-nos uma ajuda

Já smartphones com processadores da Mediatek, muito embora ofereçam tipicamente menor desempenho que os mais conhecidos Qualcomm Snapdragon, parecem não ter problemas de compatibilidade. No entanto, é bom manter presente que este é um jogo exigente em termos de hardware e que quanto mais potente for a máquina eu usemos, melhor será a experiência de jogo.

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O que nos traz ao elefante na sala: o giroscópio. "Mas António", ouço-vos perguntar, "hoje em dia todos os smartphones têm giroscópio!" Pois, também eu pensava. Mas a resposta surpreendente é que a maioria dos smartphones, mesmo os de gama média, não inclui giroscópio!

Ora, em rigor, a verdade é que não é necessário giroscópio para correr o Pokémon Go, muito embora eu ache inacreditável que nenhum recurso oficial mencione esta particularidade. Mas já ouviram dizer que o Pokémon Go é um jogo de realidade aumentada, certo? Ora sem giroscópio o jogo funciona, mas sem a componente de realidade aumentada. O que significa que a minha filha mais nova, em vez de ter encontrado um Pikachu logo no primeiro dia, em cima dos pastéis de nata do balcão da pastelaria Didu, tê-lo-ia simplesmente apanhado sobre um fundo verde. E todos nós sabemos que não há nada como um pastel de nata da Didu... :-)

But I digress... Ia eu a dizer que o facto de um smartphone não ter giroscópio não é crucial para correr o jogo. Mas para quem não tem um terminal compatível com o Pokémon Go e quer tirar o máximo partido da aplicação, penso que é algo que vale a pena.


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Voltamos então ao princípio: não encontrei * no mercado nenhum smartphone por menos de 200 euros (que era o meu limite) que respeitasse todos os requisitos mínimos para jogar Pokémon Go, tivesse processador Snapdragon (não é fundamental, mas jogo é muito exigente em termos de hardware e tradicionalmente as máquinas baseados em processadores MediaTek tendem a não ter muitas atualizações do sistema operativo) e que também incorporasse um giroscópio entre os seus sensores.

Ou melhor, encontrei uma: o BQ Aquaris X5. Como escrevi no início, o preço oficial é de 230 euros,
mas pode ser adquirido através da Amazon Espanha (desbloqueado, claro) por 180 euros + portes. E posso também garantir que a máquina é fantástica e corre o Pokémon Go sem quaisquer problemas. Aliás, aproveitei e comprei também uma capa, que as crianças costumam ter dedos de manteiga...


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"E se o meu orçamento for mais para os 100 euros do que para os 200€?" Sim, é possível jogar Pokémon Go num smartphone mais barato (desde que nos contentemos com um processador MediaTek e não exijamos que tenha giroscópio integrado). Uma possibilidade, que o website Eurogamer.net garante que funciona bem, é o Oukitel K4000 (pois, também nunca ouvi falar). Por 109€ na Amazon.es, este aparenta ser um bom negócio.


Notas finais

1. O Aquaris X5 que eu comprei na Amazon.es há duas semanas por 179,90 era novo, mas reparo agora que o preço se alterou e por esse valor só "recondicionado oficial". Novo custa agora (à data original deste post) 199 euros.

2. Caso tenha feedback deste post e surjam outras alternativas, irei mantendo aqui uma lista de dispositivos (sempre abaixo dos 200€!, por favor) compatíveis.

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Comentários

Luís Costa disse…
Duas notas:
- A primeira versão lançada no Google Play, não era efectivamente compatível com os processadores Intel.Em dois ou 3 dias resolveram a questão. http://www.appsdoandroid.com/2016/07/pokemon-go-recebe-primeira-actualizacao.html
- Quanto aos 2GB de memória, é um facto, mas é facilmente contornável com a instalação manual do apk. As minhas miúdas jogam com um Moto E e um Moto G ambos 2a geração, através deste método. Sem AR, para poupar na bateria e recursos :D