Sapphire HD4830: o pesadelo da nVidia

anteriormente aqui falei do lançamento, pela ATi, do chipset Radeon 4830, uma versão budget da sua mais recente criação.

A Sapphire, um dos maiores OEMs da ATi, foi das primeiras a lançar uma placa gráfica baseada neste chipset, a Sapphire HD4830. O preço de lançamento desta placa foi da ordem dos 120 euros, o que já por si era um bom negócio, mas o valor indicativo mais recente aponta para um custo ainda mais baixo, na casa dos 100 euros.

Desde há anos que sou fã da nVidia – e continuo a ser – e desde sempre tive excelentes experiências com produtos baseados nos chipsets nVidia e experiências menos positivas com produtos baseados em chipsets ATi.

E quando digo “experiências” refiro-me sobretudo a estabilidade na utilização. Uma estabilidade que é menos dependente do hardware propriamente dito e mais dependente dos drivers (controladores de dispositivo) das placas. E, no que diz respeito aos drivers, a nVidia sempre foi irrepreensível – não só em termos da estabilidade oferecida, mas de permitir através deles costumizar um número elevado de funcionalidades das placas, facilitando ao utilizador alterar o equilíbrio sempre inversamente proporcional entre qualidade de imagem e desempenho puro, especialmente no capítulo da aceleração 3D.

Contudo, ao longo dos anos, nem sempre a nVidia mostrou liderar a corrida da aceleração 3D que é, assumidamente, uma corrida entre apenas dois cavalos, que se joga entre a nVidia (GeForce) e a ATi (Radeon).

Foi assim com o lançamento desastroso da série GeForce FX (série 5000), cujos resultados não foram os esperados; e é agora com a GeForce série 200, que encontra na Radeon série 4800 muito mais do que um adversário à altura…

Passagem de testemunho

A compra pela AMD parece ter sido a melhor coisa que aconteceu à ATi. Apesar dos problemas recentes da AMD – coincidentes com o bom momento da Intel – esta tem recursos suficientes para levar a ATi para a frente. Aliás, a AMD tem na ATi uma excelente forma de criar produtos vencedores e contrabalançar as suas desventuras frente à Intel.

A verdade é que o chipset Radeon 4800 parece ser a arma de que a ATi precisava para passar a perna à nVidia, pelo menos no actual ciclo de produtos.

Mas o que coloca a ATi no topo é a forma como está a rentabilizar este chipset, criando não só produtos de topo, caso da HD4870G2, como também produtos de entrada capazes de oferecer uma tremenda relação preço/desempenho. E é nesta gama de entrada que se encaixa a Radeon HD4830 cuja versão criada pela Sapphire tenho estado a usar desde há cerca de um mês na minha máquina de trabalho, em substituição de uma MSI basada num chipset GeForce 8600 GTS.

Já tinha tido feedback positivo sobre os produtos baseados na Radeon HD4800 através do meu amigo José Antunes, também ele fã incondicional da nVidia mas que também se deixou seduzir pela nova oferta da ATi face ao que a nVidia cobra pelos produtos baseados na série 200.

Dizia-me ele quando lhe perguntei “que tal” era a experiência com a ATi: “É como na nVidia, é só instalar os drivers e usar”. Isto pode parecer pouco, mas dadas as nossas (más) experiências anteriores com placas da ATi, a verdade é que é o melhor elogio que se pode fazer a um produto – que funcione bem e que não dê problemas.

No caso concreto da Sapphire HD4830, estou a usar a versão 9.1 dos drivers Catalyst para Vista x64 sem quaisquer problemas. O Índice de Experiência do Windows Vista subiu para 5,9 (o máximo)em todos os parâmetros e o que é melhor é que esta geração de placas tira já todo o partido do Windows 7, nomeadamente com suporte nativo e completo a nível de hardware para o novo DirectX 10.1 – o que ainda não acontece com a actual geração da nVidia.

Um bónus adicional desta Sapphire HD4830 é que tem um funcionamento extremamente silencioso – o dissipador do CPU ouve-se mais do que o da placa gráfica, o que nem sempre se pode dizer de placas de elevado desempenho – e, apesar de eu não aconselhar, é facilmente overclockable bastando para isso recorrer ao painel de controlo Catalyst e ver até onde ela poderá ir, quer em termos de frequência do GPU, quer da memória (neste último caso é preciso algum cuidado, pois o dissipador da placa só está sobre o GPU e não sobre a memória).

Catalyst

A funcionalidade ATi Overdrive incluída no pacote completo Catalyst 9.1 permite testar o desempenho da placa gráfica até aos seus limites sem a danificar e com uma estabilidade notável, sendo possível extrair mais 10% de desempenho puro sem ter de mexer em mais nada – isto é, usando o dissipador standard.

O nível de desempenho oferecido por um produto como a Sapphire HD4830 custaria mais de 200 euros há apenas um ano. O facto de o podermos ter hoje com metade desse valor é, só por si, incrível. E é a melhor razão para que esta seja a sua próxima placa gráfica caso o orçamento não estique para além da centena de euros.

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