A ignorância é atrevida

win31 A ideia de que o Windows 7, a lançar ainda este ano, veio mais depressa do que seria normal porque “o Windows Vista é um fracasso” parece ter vindo para ficar.

Contudo, é também típico de uma nova geração de bloggers e jornalistas que pensam que percebem imenso de tecnologias mas que têm um problema tramado: quando o Windows 1.01 foi lançado ainda não tinham sequer nascido…

Isto, por si só, não representa um problema quando as pessoas têm a noção das suas limitações. Mas é complicado em pessoas que pensam que já sabem tudo. Ora quem já sabe nem sequer tem a curiosidade de procurar saber se, talvez, se calhar, as coisas não são como parecem.

Vem isto a propósito de uma workshop a que assisti recentemente e onde bloggers e jornalistas tiveram a oportunidade de falar com responsáveis nacionais da Microsoft e saber pormenores sobre o Windows 7.

Às tantas, uma jornalista atira a pergunta/afirmação (cito de cor): “Então o Windows 7 é o reconhecimento de que o Windows Vista foi um fracasso!?”.

Nem me lembro da resposta, pois não acho sequer que seja importante. O que é importante é perceber o seguinte: o que sucedeu com o Windows XP, lançado no final de 2001 e substituído (pelo menos em parte) pelo Windows Vista apenas em Janeiro de 2007 (foi lançado em Novembro de 2006 mas só para os OEMs) é uma situação atípica.

Basta consultar uma das inúmeras cronologias do Windows disponíveis na Internet (da Wikipedia até à própria Microsoft) para perceber. A menos, claro, que já saibamos tudo e não queiramos aprender nada…

Mas será preciso recuar assim tanto? Nem por isso. Basta lembrar o que aconteceu nos seis anos que antecederam o lançamento do Windows XP. Se considerarmos apenas a linha de produtos destinada aos consumidores finais, temos:

• Agosto de 1995: Windows 95
• Junho de 1998: Windows 98
• Maio de 1999: Windows 98SE (a primeira versão com o IE integrado)
• Setembro de 2000: Windows Me

Ou seja, quatro (!) versões significativamente diferentes do sistema operativo em apenas cinco anos.

O surgimento do Windows 98 em 1998 (uma diferença de três anos, tantos quantos o espaço de tempo que separa o Vista do Windows 7) significa que a Microsoft considerou o Windows 95, o mais bem sucedido Windows de sempre, como um fracasso…? Não me parece.

O que me parece é que cada nova versão do sistema operativo é melhor do que a anterior (e sim, eu considero o Vista melhor do que o XP) e não que o desenvolvimento de uma nova versão significa que a anterior não prestava.

O Windows 7 não é um Windows Vista SP3 (até porque o Windows Vista terá o seu próprio SP3 quando chegar o momento), mas sim uma evolução do Windows Vista. Tal como cada edição do Windows antes de si foi uma versão melhorada do Windows que o antecedeu.

Será isto assim tão difícil de entender? Para quem nasceu anteontem mas já tem as certezas todas, parece que sim.

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