Ao longo dos anos pensava que já tinha visto, lido e ouvido de tudo sobre a pirataria, designadamente por parte de quem a defende. Mas é a primeira vez que assisto a um governante, ainda para mais ministro da Cultura, defender o indefensável.
Partindo do princípio de que o José António Pinto disse mesmo isto e foi correctamente citado, é caso para demissão imediata (e nem é preciso alguém a pedir, deveria ser o próprio a fazê-lo perante a constatação da barbaridade da declaração):
Se um determinado conteúdo está disponível na Internet ele deve poder ser usufruído por qualquer pessoa que tenha acesso à rede, considera o governante, para quem qualquer tentativa de impor sanções terá sempre contornos censórios. “Estamos a tratar de um área [filmes e música] em que, de facto as pessoas, têm a sensação de que alguém lá pôs e eles limitam-se apenas a usar o que está disponível: como alguém que encontra notas de banco no chão”.
Será que o facto de estarmos em ano de eleições justifica tudo? Gostaria de pensar que não. A notícia completa está aqui, no site da Rádio Renascença.
Edit: Infelizmente não enlouqueci; por isso resolvi tirar o ponto de interrogação que na versão original deste post tinha colocado no final do título. Infelizmente só um jornal – e gratuito! – parece ter-se interessado sobre este assunto. Felizmente, não sou o único a achar tudo isto muito estranho.
Edit2: Pelos vistos, o ministro é um incompreendido (por mim, é-o certamente), pois até está muito empenhado em resolver o problema dos direitos de autor e dos downloads ilegais.
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