Em defesa do “frunk” *

 

Tesla Model 3 num stand de automóveis

O conceito do “frunk” é novo. Até ao advento dos EVs, só os carros com motor traseiro, desde os VW “carocha” aos Porsche 911, tinham a bagageira frontal. E tinham-na como alternativa à bagageira habitual em basicamente qualquer carro, na parte de trás do veículo.

Mas desde o Tesla Model S que o conceito de um “frunk” (que resulta da contração das palavras “front”+”trunk” em inglês, literalmente, “bagageira frontal”) se tornou popular.

Contudo, aqui ele surge não como alternativa, mas complemento à bagageira tradicional.

Há imensos reviewers, especialmente em canais especializados no YouTube, que dão pontos negativos a um EV quando este não tem um “frunk”, mas também já tenho visto outros que não só não consideram o facto como relevante, como o apontam como irrelevante, citando até (supostos) estudos das marcas que “garantem” que a maioria dos condutores não valorizam essa funcionalidade.

Essencial

Permitam-me que discorde. Veementemente. Um “frunk”, mesmo de pequenas dimensões, é essencial para armazenar o cabo e/ou o carregador do veículo e não é compensado por qualquer espaço adicional na bagageira para o mesmo efeito.

Ou melhor, até pode ser, mas apenas quando andamos pela cidade. Porque em viagens longas, com a família e a bagageira cheia até ao cimo, faz toda a diferença simplesmente abrir o capot e aceder ao cabo / carregador, face a ter que fazer o mesmo com a bagageira cheia, quando o compartimento onde temos esses acessórios está coberto com os nossos pertences.

Packaging preguiçoso pode ser resolvido

E não me venham dizer que isso só é possível com EVs de motor traseiro, porque não é verdade. O problema é mesmo o “packaging” preguiçoso que o fabricante fez no seu veículo, desconsiderando (provavelmente para poupar alguns euros) a conveniência dos utilizadores.

De resto, tanto assim é que o popular website austríaco frunk.at vende soluções para EVs que vieram sem qualquer “frunk” de origem… mas onde claramente existe espaço para tal, quer se trate de veículos elétricos com tração dianteira ou traseira.

Motivos de esperança

Mas, pelo que tenho visto ultimamente, tenho alguma esperança. Por exemplo, a primeira geração do Niro EV não tinha “frunk”, mas a segunda já tem e o mesmo acontece no seu mais do que provável sucessor, o Kia EV3.

Mas fico curioso: para quem me lê, o que acham? Isto é algo verdadeiramente útil, ou algo realmente irrelevante? Deixem a vossa opinião nos comentários!

* Artigo publicado originalmente na EVmag

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