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A Kingston foi o primeiro fabricante - ou pelo menos dos primeiros - a perceber que a melhor forma de comercializar "discos" SSD ao consumidor final é através de kits que facilitam a sua integração quer em computadores portáteis quer em modelos de secretária.
Assim, os SSD da série V, a mais económica começaram no final de 2009 a sere vendidos em kits para portáteis e desktops com todos os acessórios necessários. Ambos incluem software de clonagem de drivers da Acronis; no caso do kit para notebooks é incluída uma caixa externa para unidades de 2,5'' e interface USB; no kit para desktops Kingston colocou rails metálicos para facilitar a instalação em baías de 3,5'' bem como cabos para ligação de unidades SATA. Em qualquer dos casos, o preço destes SSD em kit é apenas dois ou três euros superior ao das unidades adquiriadas isoladamente, o que facilita a decisão no momento da compra.
Uma vez que o preço por GB das unidades SSD é ainda muito elevado quando comparado com discos rigidos convencionais, a abordagem da Kingston é a de olharmos para os SSDs como uma forma de actualização (pelo maior desempenho) e não tanto de substituição (porque o espaço em disco seria menor).
É isso que estes kits permitem. No caso dos notebooks, a ideia é a de substituir o disco da máquina (que, de origem, é já uma unidade de 2,5'') pelo SSD, colocando o que acabámos de retirar na caixa USB oferecida, pemitindo assim manter a capacidade de armazenamento e ganhar um disco de backup reciclando o que já possuíamos.
No caso dos desktops, o objectivo é usar um SSD como disco de arranque onde colocamos o sistema operativo e os programas mais importantes, usando os discos rígidos de 3,5'' para dados e programas menos usados. Aliás, a Kingston lançou entretanto um SSDNow da série V com apenas 40 GB, mas com um preço (ainda) mais agressivo, especificamente com o objectivo de servir como unidade de upgrade para o sistema operativo.
A vantagem portátil
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Ora as unidades SSD que, em rigor, não são discos nem possuem peças móveis, são essencialmente imunes a tipo de abuso a que os seus congéneres convencionais têm de suportar.
Mas há mais vantagens: os SSD geram menos calor quando comparados com os HDD; gastam menos energia (embora a vantagem varie consoante os modelos) e, consequentemente, permitem estender a duraçaão da bateria (uma vez mais, isto é algo que depende do modelo de computador). Finalmente, e ao contrário dos HDD, os SSD não fazem barulho em funcionamento.
E, claro, temos a vantagem do desempenho. Há informação abundante pela Web sobre isto mas o que é preciso reter é o seguinte: no que diz respeito à leitura de dados (que é o que interessa quando fazemos o arranque do sistema operativo ou sempre que corremos um programa), os SSD são muito mais rápidos do que os HDD. E esta é uma diferença que se nota ainda mais nos portáteis, cujos discos rígidos são já por si bastante mais lentos do que os HDD de 3,5'' das máquinas de secretária.
A diferença de desempenho é ainda maior com o "arranque a frio": ao ligar um PC com um HDD convencional, este demora alguns milisegundos (ou até segundos) a estabilizar a sua velocidade de funcionamento, o que acrescenta tempo ao arranque, enquanto um SSD está pronto a usar imediatamente e sem restrições a partir do momento em que o PC é ligado.
Qual foi o resultado especifico no meu Toshiba NB100 (que, em termos de processador e chip gráfico tem o mesmo desempenho do "nosso" Magalhães)? Bem, o índice de desempenho do Windows 7 indica agora um score de 5,9 para o disco, o que é cerca de 1.0 acima do que tinha com o HDD de origem.
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É verdade que perdi 60 GB de capacidade (o disco original era de 120 GB e o SSD que montei é de 64 GB), mas mantive o armazenamento com a unidade externa e, além disso, nunca tive mais de 30 GB no meu netbook, que uso sobretudo para consultar email, escrever e navegar na Web - afinal, tudo aquilo para o qual estas pequenas máquinas foram concebidas.
Paranóico com a segurança como eu sou, admito que gosto mais do SSD pela paz de espírito que me dá na preservação da informação do que por qualquer outro aspecto, mas a velocidade e autonomia ascrescidas não me passaram despercebidas...
Uma nota de cautela: isto varia de máquina para máquina, mas o melhor é averiguar antes se é fácil retirar o disco rígido do seu portátil (que, já agora, tem obrigatoriamente de ser um modelo SATA e não um mais antigo ATA). No caso do Toshiba NB100 que possuo, trata-se de um exercício que demorou cerca de uma hora e implicou ter de desmontar a máquina praticamente toda para aceder ao disco e trocá-lo pelo SSD.
O pior nem foi desmontar - foi montar tudo depois...
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