Tomei contacto com a tecnologia Powerline pela primeira vez em 2007, quando adquiri uma série de adaptadores devolo dLAN AV lá para casa (semelhantes a estes, mas entretanto descontinuados).
Mal eu sabia que a devolo se iria mais tarde tornar cliente da AEMpress, uma empresa que na altura eu nem sequer ainda tinha criado!
Para quem não sabe, a tecnologia Powerline, de que a devolo é lider europeu, permite criar uma rede de dados funcionalmente semelhante a uma infraestrutura Ethernet através da rede elétrica de qualquer casa, escritório ou apartamento.
Liga-se um dos adaptadores ao router lá de casa e colocam-se outros adaptadores onde quer que precisemos de sinal de rede. Em 2007, as minhas necessidades eram totalmente satisfeitas com adaptadores convencionais, com tomadas RJ45 para ligação de PCs de secretária com cabo. Mas os tempos mudam, as necessidades também e a oferta da devolo diversificou-se para oferecer também conjugação de adaptadores Powerline com pontos de acesso (hotspots) WiFi.
O problema dos pontos de acesso múltiplos
Em 2007, o acesso à Internet em minha casa era feito através da NetCabo (parte do Grupo PT, que mais tarde viria a ser autonomizada e dar origem à ZON), que fornecia apenas modem de cabo para ligação direta a um computador. Hoje, o acesso através da ZON (e de qualquer outro operador) inclui desde logo um router com capacidades de ligação direta de dispositivos por cabo mas também de ligação sem fios, via WiFi.
No entanto, como o local de instalação do router nem sempre pode ser alterado (por ter de estar junto à entrada de sinal de cabo, fibra ou ADSL e/ou ter de ficar próximo da box ligada ao televisor por exemplo), comprar um kit powerline com um ponto de acesso sem fios continua a fazer sentido. A ideia é ligar um dos adaptadores ao router e o outro adaptador noutro ponto da casa onde já seja difícil apanhar o sinal WiFi do router.
Dependendo do local de instalação, podemos até precisar de mais do que um ponto de acesso – porque a casa é muito grande, porque existem áreas exteriores que pretendemos cobrir, porque temos mais do que um piso…
E aqui começam os problemas. O ecrã ao lado foi obtido a partir do meu Nokia Lumia 820 e mostra um problema típico de quando temos mais do que um ponto de acesso em casa. Neste caso, o ponto de acesso do router da ZON chama-se Mirante (longa história, não perguntem) e tenho um segundo ponto de acesso criado a partir de um hotspot WiFi da devolo, também assinalado no ecrã.
O router está num extremo da casa, logo à entrada; o ponto de acesso WiFi da devolo está no extremo oposto. Contudo, a verdade é que quer o router da ZON quer o devolo, apesar de instalados em extremos do apartamento, dão cobertura total – mas muito fraquinha – no extremo oposto do local onde se encontram, como se pode ver.
O que acontece com o acesso através de dispositivos móveis é que a partir do momento em que se ligam a um ponto de acesso (Mirante, neste exemplo, só com uma “barrinha”), não irão desligar-se e ligar a uma rede mais forte (devolo, aqui com o sinal total). Isto terá de ser feito manualmente.
O ideal seria termos múltiplos pontos de acesso espalhados pela casa e, como numa rede celular, a rede fizesse automaticamente a comutação da ligação para o adaptador com sinal mais forte. Ora é isso mesmo que a tecnologia WiFi Move, da devolo, oferece.
Uma rede celular em casa
A tecnologia WiFi Move, que a devolo inaugurou nos seus novos adaptadores dLAN® 500 WiFi afastam-na da concorrência porque, pela primeira vez, oferecem uma funcionalidade de cooperação e sincronização que permite efetivamente criar uma rede sem fios contínua e sem quebras de velocidade.
Tal como numa rede celular, cada um dos adaptadores dLAN® 500 WiFi (há kits com um adaptador WiFi, um normal e um WiFi e um normal e dois WiFi) funciona como se fosse uma “célula” e aparece ao dispositivo de acesso como uma rede única e transparente – sempre com o sinal mais forte possível. A devolo chama a este processo automatic phase shift.
O processo de instalação não é mais complicado do que com qualquer outro kit da devolo. Na verdade é até mais simples: uma vez instalado e configurado o primeiro adaptador dLAN® 500 WiFi, basta premir um botão para que cada novo adaptador assuma as definições do primeiro – nome (SSID), dados de encriptação, etc.
Para este novo produto, a devolo redesenhou completamente os pontos de acesso WiFi, tornando-os quase tão pequenos como a tomada elétrica à qual são ligados. A vantagem é que podem ser espalhados pela casa e mesmo assim ficarem praticamente invisíveis. A desvantagem é que o menor espaço físico não permite uma tomada pass-through como noutros produtos devolo com tecnologia WiFi, como é o caso do dLAN 500 AV Wireless + (mas permite manter a porta RJ45).
O tamanho compacto tem também outro “efeito secundário”: o acesso sem fios tem uma velocidade máxima de 150 Mbps contra 300 Mbps do dLAN 500 AV Wireless+, em parte devido à impossibilidade de colocar o mesmo sistema de antenas do seu irmão mais velho (“array” 2x2 MIMO) por manifesta falta de espaço.
Contudo, não julgo que este seja um problema, quando comparado com os benefícios que o sistema tem, oferecendo uma cobertura de rede sem fios doméstica muito mais vasta e sem falhas. E para quem já tem um sistema dLAN 500 AV Wireless+, a devolo já indicou que irá lançar em breve um novo firmware que permitirá dotar também a estes adaptadores da tecnologia WiFi Move.
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